O conceito de geotecnologias refere-se, como o próprio nome diz, às tecnologias geograficamente referenciadas. Ou seja, trata-se de um conjunto de ferramentas utilizadas para coleta, processamento, análise e distribuição de informações, alicerçadas em técnicas e metodologias específicas, fornecendo subsídios à diversas áreas.
Os instrumentos manipulados nesta área de investigação, variam, principalmente, entre hardwares, softwares, aplicativos e linguagens de programação. Conforme Santos (2012), o desenvolvimento das tecnologias espaciais foi fundamental para uma visualização eficaz da Terra, com base em coleta de dados e alcance de imagens externas, auxiliando os estudos ambientais, sociais, econômicos e políticos. Estendendo-se à área florestal, a Geotecnologia proporciona dados que abrangem desde os fenômenos naturais à supervisão de leis que regem a interação humana com o ambiente. Segundo a Embrapa:
o imageamento de grandes áreas revela a extensão e os limites dos biomas, as diferentes formações vegetais, a relação com atividades agrícolas, de mineração, obras de infraestrutura e as áreas legalmente protegidas. Os sensores também registram pontos de calor indicativos de fogo, processos de desmatamentos e a dinâmica do uso e cobertura das terras desmatadas.
Embrapa, 2022
Um dos exemplos de utilização frequente das Geotecnologias são as perícias de ordem florestal e ambiental. A constatação da dimensão dos danos, em alguns casos, pode ser uma demanda bastante complexa, pois, quando não há um indício conclusivo acerca de sua existência, o autor do feito pode ser absolvido, sem pretensão de recuperação da área. Sendo assim, a implementação das técnicas citadas facilita a resolução e permitem explorações qualitativas e quantitativas relativas à evolução das avarias causadas pelo desmatamento e/ou expansão urbana no terreno examinado.
Além disso, a aplicação das Geotecnologias, seja em laudos periciais ou em análises de menor porte, contribui para um planejamento socioeconômico-ambiental sustentável, gerando projetos associados às atividades humanas, como o planejamento urbano, e a regeneração do ambiente, como o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
Por Eng. Betina Doubrawa.
Referências
SANTOS, V. M. N. Uso escolar do sensoriamento como recurso didático pedagógico no estudo do meio ambiente. INPE. Divisão de Sensoriamento Remoto – DGI. Cap. 12. 2012.
EMBRAPA. O que é Geotecnologia? Disponível em: https://www.embrapa.br/tema-geotecnologias/perguntas-e-respostas. Acesso em 29 de junho de 2022.